Duvide da maioria

domingo, 20 de janeiro de 2008

René Descartes (31 de Março de 1596, La Haye en Touraine, França — 11 de Fevereiro de 1650, Estocolmo, Suécia), também conhecido como Renatus Cartesius, foi filósofo, físico e matemático. Emprestou seu nome para áreas da matemática, como o sistemas de coordenadas cartesianas. É considerado um dos pensadores mais importantes e influentes da história do pensamento ocidental.

Descartes viveu numa época marcada pelas guerras religiosas entre protestantes e católicos na Europa. Viajou muito e viu que sociedades diferentes têm crenças diferentes, sendo até mesmo contraditórias. Aquilo que numa região é tido por verdadeiro, é achado como ridículo, disparatado, mentira, nos outros lugares.

Criou o método cartesiano, que consiste no Ceticismo Metodológico - duvida-se de cada idéia que pode ser duvidada. Ao contrário dos gregos antigos e dos escolásticos, que acreditavam que as coisas existem simplesmente porque precisam existir, ou porque assim deve ser, Descartes institui a dúvida. Só se pode dizer que existe aquilo que possa ser provado, sendo o ato de duvidar indubitável. Baseado nisso, Descartes busca provas a existência do próprio eu. Foi campeão mundial da dúvida. Teimosamente, recusava-se a acreditar em qualquer coisa até que a tivesse verificado pessoalmente. Este foi um dos traços que fez dele um bem-sucedido jogador-especulador.

Descartes começa a sua filosofia duvidando de tudo, literalmente, inclusive da existência de Deus, do homem e de si próprio. Continuando a recusar o que os outros queriam vender-lhe como verdade, ele buscou meios de descobrir a verdade através dos seus próprios sentidos e experiências. Finalmente, deu com o que considerou uma verdade básica e indiscutível: "Cogito, ergo sum", ou seja: "Penso, logo existo." Agora convencido de que não era apenas um fantasma dos seus próprios sonhos, Descartes continuou a comprovar ou rejeitar outras verdades postuladas. No processo, fez importantes contribuições à matemática, e construiu uma filosofia que, pela pura lucidez do seu pensamento, não foi superada em três séculos.

O truque, não se cansava de repetir em diferentes contextos, é rejeitar o que lhe dizem, até ter pensado tudo pela própria cabeça. Duvidava das verdades afirmadas por autoproclamados especialistas, e recusava-se atá a ouvir a opinião da maioria. Escreveu ele: "Não existe praticamente nada que tenha sido afirmado por um sábio e não tenha sido contraditado por outro." E também: "Contar votos não serve de nada. Em qualquer questão difícil, é mais provável que a verdade seja descoberta por uns poucos do que por muitos."

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