Diálogo de surdos

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A falta de atenção das pessoas é algo que me impressiona. A velha máxima de que temos dois ouvidos e apenas uma boca para ouvirmos mais e falarmos menos, nem sempre é respeitada.

Pior que não ouvir é não ouvir e fingir que entendeu o que foi dito! Isso me faz lembrar do diálogo de surdos:

- Oi Zé, você vai pescar?
- Não, eu vou pescar.
- Ah bom, pensei que você ia pescar...

Falar é fácil, falar coisas coerentes já é um pouco mais difícil, mas falar coisas coerentes, inteligentes e com fundamento, atualmente é quase impossível!

Explanações prolixas são cada vez mais comuns e é um dos principais motivos que estimulam a falta de atenção. Já disse e repito: uma conversa tem que ser prática, objetiva e sintética. Por isso pense, estruture seu pensamento da melhor forma possível e só depois fale. Falar sem saber de onde vem nem pra onde vai não é a melhor alternativa. Já dizia Barão de Montesquieu: "Quanto menos os homens pensam, mais eles falam".

O saudoso Nelson Rodrigues já dizia: "A unanimidade é burra". Se você não faz parte da unanimidade e não compartilha do diálogo de surdos, sugiro que siga o famoso pensamento oriental que diz: "O homem comum fala, o sábio escuta, o tolo discute.

Crise

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

"Alguém consegue lembrar quando os tempos não eram difíceis e o dinheiro não era escasso?"

Ralph Waldo Emerson

Penso, logo serei descoberto

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O comportamento humano é estranho! As pessoas são estranhas! Há algum tempo eu estava conversando com um amigo sobre a dualidade do pensamento e da ação em uma pessoa. Como o que uma pessoa fala nem sempre condiz com o comportamento que ela expressa. Existe uma frase que gosto muito que diz o seguinte: "Agere sequitur esse", que, por livre tradução, seria algo como "o agir traz inevitavelmente a marca do seu ser", ou seja, o que uma pessoa pensa tende a ser expresso na maneira como ela age.

Seguindo a premissa proposta pelo filósofo francês René Descartes, pensar é o princípio básico para uma pessoa existir ("Cogito, ergo sum", ou popularmente conhecido como "Penso, logo existo"). Se uma pessoa para existir tem que pensar, e se o pensar se reflete no modo de agir, uma pessoa que existe, age! Mas será que as pessoas agem como elas pensam, ou se pensam como elas agem?

Acontece que nem sempre nosso comportamento reflete o que pensamos, e a isso dá-se o nome de Dissonância Cognitiva (eu ainda lembro das aulas de Marketing, ou seja, ainda não estou com Alzheimer). Basicamente a Dissonância Cognitiva é definida como uma tensão entre o que uma pessoa pensa ou acredita e aquilo que faz. Quando uma pessoa age de uma forma que está em desacordo com aquilo que ela pensa, gera-se uma tensão que busca novamente a harmonia entre o agir e o pensar. Das duas uma, ou aquilo que sabemos ou pensamos se adapta ao nosso comportamento, ou o comportamento adapta-se ao nosso conhecimento.

Uma pessoa pode mudar de opinião (pensar) se for induzida a tomar determinada ação (agir) que vá contra sua forma de pensar, ou seja, se minha ação reflete meu pensamento, meu pensamento pode ser reflexo da minha ação. Dessa forma pode-se mudar a forma de uma pessoa pensar simplesmente fazendo ela ter uma ação diferente daquilo que ela pensa. O pensamento tentará entrar em harmonia com a ação, ou seja, mudar de opinião.

Acho que com isso fica fácil entendermos porque alguns relacionamentos entre pessoas (amizade, namoro, casamento, ...) dão certo e outros não. A partir do momento que as ações da outra pessoa entram em extrema dissonância com seu modo de pensar, você tende a se proteger daquilo (resistência) e procura manter a consonância. Como? Se afastando daquilo que dissone do seu modo de pensar, ou seja, afastando-se das pessoas. É mais fácil manter-se na zona de conforto cognitiva do que enfrentar a resistência.

Lembre-se disso, atitudes equivalentes e constantes podem deixar claro seu modo de pensar! E se seu modo de pensar for dissonante do modo de pensar de outra pessoa, isso pode ser um problema, ou não. E vice-versa. Portanto tome cuidado com todas as suas atitudes, a qualquer momento alguém pode descobrir o que você pensa!

Eu não ia escrever isso hoje, mas descobri que o trabalho que eu ia fazer hoje eu já o tinha feito, sendo assim, sobrou tempo! Mas chega de bobeira por hoje, vou dormir porque amanhã começa um novo dia, e eu terei que tomar mais cuidado com minhas atitudes, não quero ninguém descobrindo o que eu penso, afinal, "sofro porque não sei viver o que sei da vida. Não sei fazer o que sei como é. E sei fazer e sei saber o que tantos não sabem..." (Artur da Távola em "Mevitevendo").